O CIRCO

porque quero ser equilibrista.

Wednesday, November 07, 2007

o zé tó

hoje conheci um individuo muito castiço. esteve tão perto de mim nos meu 3 anos de secundario e nunca me apercebi da sua graça. contou-me historias de infancia, de adolescencia e referiu-se a uma grande paixão nao reclamada dessa altura que se vê ainda hoje o tocar, com 56 anos o zé tó continua apaixonado como um moço de primaria.

quando jovem, estudante na escola secundaria avelar brotero, charmoso, pomposo, gostava dos slows, dos swings, dos bailados, e como qualquer homem que se prese, de mulheres.
dita a lenda que a conheceu num desses bailados. ela linda e vistosa, a mais bela da sala, chama a atençao de todo o homem, que de esgueira os mais timidos, e de frente os mais arrojados, todos a queriam olhar.
mas zé tó nao era nenhum desses, ele viu-a e soube ali, naquele momento, num impulso imaturo de adolescente que aquela mulher era especial.
deu um passo, dois, aproximou-se, mais um bocadinho e la estava ela, uma cadeira de distancia, entre ele e ela um simples passo para a frente, 'danças comigo?' com uma voz um pouco tremida coloca na sua boca o momento que lhes marcariam a vida dali para a frente. dançaram, dançaram e dançaram pela noite fora como rei e rainha, a cinderela e o principe, romeu e julieta...em seu redor, os olhares da sala roidos de ciume, inveja da vontade, determinaçao e coragem de um sonhador, apaixonado, determinado, um menino perdido que segue o caminho e nao se acobarda.
conta o mito, que foram amigos durante os restantes anos, ele o seu ombro, ela o seu colo, numa união impar de amizade, e houve fogo, paixao, amor verdadeiro, existiu carinho, existiu entrega, mas conta o mito que decidiram nao dar o passo, nao arriscar perder algo tao bom e maravilhoso como o que partilhavam, era para lá de todo o contacto físico, uma relação de perfeita harmonia entre duas pessoas que se amavam, mas as quais a vida nao queria unir, a vida é complicada como todos sabemos e ninguem o pode negar, nem mesmo argumentar.
vejam so que nao podiam ser vistos por quem deles se encarregava, ela estava destinada a um filho da burguesia, um menino rico que com tanto, pouco sabia sobre a dança, a paixão, o impulso.......
e chegados ao fim da adolescencia, estava decidido que a amizade era o melhor caminho.
continuam chegados, ela longe e casada, ele no sitio de sempre, mas sempre com ela no coraçao.
talvez eu devesse ter apimentado a historia e dado um toque magico no final, mas prefiro e de certeza que o zé tó tambem, partilhar este acontecimento com todos, para que não cheguem aos 56 anos de idade ainda a sonhar com o que poderia ter sido.

obrigado grande zé tó!

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