O CIRCO

porque quero ser equilibrista.

Tuesday, November 13, 2007

homem satisfeito

é cedo e o caminho está cada vez mais cerrado, aquelas ervas daninhas crescem como que nutridas dia após dia por uma entidade inexistente.
os carris já mal se vêem e o tropeçar é constante.
percorre o caminho que faz todas as manhas à beira mar seguindo os carris do velho comboio que ha tanto tempo ninguem avista por aquelas bandas.
é ele que todos os dias se levanta ainda o sol dorme, e que madruga pelos farois do sul dando a conhecer às embarcações as suas respectivas rotas.
uma pequena história de um rastejante virtuoso, que veste um chapéu castanho e velho e uns óculos escuros riscados e tortos, ambos restos da vida de seu pai.
de poucos luxos, encontra felicidade na marmelada, num quadrado de chocolate, no florir da pequena flor de tom lilás e de petalas redondas e pequenas que ha tantos anos nasceu na sua porta e por lá perdura, nasceu no mesmo dia que sua mulher o deixou e fugiu com o velho e imundo padeiro que deixou o oficio e a companheira para dar a sola com a excitação.
mas não liga a coincidências, vive indiferente, deixou-o porque sim, e a flor apareceu ali porque sim, mas adora a maneira como a flôr se abre ao sol.
não tem vicios, não tem hábitos banais e mundanos, só poesia, música, e um pouco de saudade.
deixou o orgasmo e o sexo, grita de dores e chora tristezas na ponta do cais, nao sabe porque, nao liga.
se lhe perguntarem, ele explica-vos; "porque sim..".

*

0 Comments:

Post a Comment

Subscribe to Post Comments [Atom]

<< Home